domingo, maio 31, 2009

Uma nova psicologia - Tantra


A nova psicologia será baseada nas experiências de uma certa escola, das mais antigas -- tantra. Existem poucas grandes descobertas no mundo. Tantra pode clamar ser a maior das descobertas. Mesmo depois de bombas nucleares, as descobertas tântricas estão paradas por dez mil anos, sem serem aplicadas. Elas representam um insight de grande valor.

O insight é que o homem e a mulher não são – um homem apenas homem e uma mulher apenas mulher -- não. Eles são ambos, juntos, homem é metade homem e metade mulher e o mesmo é verdade sobre a mulher. Isto parece muito lógico e científico, porque toda criança nasce de um pai e uma mãe.

O pai contribui com alguma coisa, a mãe contribui com alguma coisa, e é assim que a criança é – uma combinação, uma síntese entre o homem e a mulher. Se a criança é um menino, então o homem está em cima e a mulher está nas camadas inconscientes da mente. Se a criança é uma mulher, então a mulher está em cima e o homem está escondido abaixo.

E esta é a grande contribuição do tantra: que a não ser que o homem e a mulher dentro de você tornem-se um todo, você vai permanecer descontente, algo está sempre faltando. E porque você sempre olha para fora, você sente que as qualidades femininas ou masculinas estão faltando, você não percebe que há um mundo dentro de você também, você só percebe um mundo e este é fora de você.

Você começa a olhar pra fora, buscando uma mulher ou um homem quem possa criar um todo orgânico, uma unidade em sua vida, de forma que este buraco constante, esta coisa que está faltando, esta não completude pesada no seu ser possa ser removida. Você vai procurando pelas mulheres de fora, pelos homens de fora. Mas ninguém nunca encontrou nenhuma mulher de fora ou homem de fora que possa preencher o desejo, o anseio de se tornar um todo completo.

Mas o entendimento básico está certo, que homem e mulher precisam misturar suas energias em uma só. Apenas uma coisa está faltando e este milagre só pode acontecer dentro de você, não é nada de fora. É algo que quando você se torna silencioso e pacífico e alegre, você entra profundamente nos estados de meditação, quando sua inteligência se torna mais afiada, você verá o outro que você está procurando está dentro de você.

E não haverá problema com a mulher interior e o homem interior. No momento que você os reconhece eles começam a se derreter um no outro, sem nenhum esforço de sua parte, apenas o reconhecimento é suficiente para engatilhar o processo de mistura.

OshoSermons in Stones
Chapter#20 ‘The Other... Hell or the Door to the Divine?’
http://www.osho.com/

Narcisismo


  • **O Mito de Narciso

    De acordo com a mitologia grega, Narciso era um belo jovem Tespiano pelo o qual Eco se apaixonou. Ela foi privada da fala por Hera, a esposa de Zeus e só podia repetir as últimas sílabas das palavras que ela ouvia. Incapaz de expressar seu amor por Narciso, ela foi rejeitada por ele e morreu com o coração partido. Os deuses então puniram Narciso por seu tratamento duro com Eco e o sentenciaram a apaixonar-se por sua própria imagem. Foi previsto pelo vidente Tirésias que Narciso viveria até que ele olhasse para si mesmo. Um dia quando ele estava próximo às águas límpidas de uma fonte, Narciso teve a visão de seu reflexo na fonte, ele viu o seu reflexo na água. Ele se apaixonou perdidamente por sua imagem e se recusou a abandonar o local. Ele morreu ali e se transformou em uma flor – o Narciso que cresce nas margens das nascentes de água.


É significativo que Narciso tenha se apaixonado por sua imagem logo depois dele ter rejeitado o amor de Eco. Apaixonar-se por sua imagem – isto é se tornar narcisista – é visto no mito como uma forma de punição de ser incapaz de amar. Mas se levarmos a lenda um pouco mais longe. Quem é Eco? Ela poderia ser nossa própria voz retornando para nós mesmos. Portanto, se Narciso pudesse dizer “Eu te Amo”, Eco repetiria estas palavras e Narciso se sentiria amado. A incapacidade de dizer estas palavras identifica um narcisista. Tendo retirado sua libido das pessoas do mundo, narcisista são condenados a se apaixonarem por sua própria imagem. (2)

Ao rejeitar Eco, Narciso rejeitou sua própria voz (ou o eco dela). A voz (ou seu eco) é a expressão do seu ser interno. A voz se vem de dentro é a própria manifestação da voz interna do ser. À medida que Narciso não a ouve é a rejeição de sua voz interior trocada pela obsessão por sua imagem.

Sobre a profecia de Tirésio que Narciso poderia morrer se visse sua imagem, na verdade aqui considero, que se Narciso encontrasse com sua própria verdade ele se encantaria com ela e morreria como ego. Sua beleza excepcional o encantaria de tal forma que poderia se tornar ou uma maldição ou uma benção. Esta dicotomia é real, tendo em vista, o mistério que a vida nos apresenta, somos a própria expressão da essência divina. Mas à medida que nos encantamos com nossa imagem externa, uma esquizofrenia se estabelece. E isto se constrói a partir da mais tenra idade quando fomos condicionados. O ego em formação é a sombra mentirosa que nos foi imposta desde cedo, ela nos assombra por toda a vida.

As interpretações desta estória podem ser diferentes mas no contexto que eu gostaria de apresentar aqui é a relação do ‘EU’ e do ‘OUTRO’. Á medida que nossa natureza nos presenteia com a possibilidade de nos conhecermos e de nos permitir a um auto- erotismo, a psicologia narcisista pode estar presente.

Martin Buber fala da relação do ‘EU’, do ‘OUTRO’ e do ‘TODO’ referindo-se à nossa relação com o aquilo. Mas se existe um “EU” e um “OUTRO”, separados como pode haver relações com um “TODO” Eu aqui e o Todo lá... na verdade se não existe um “EU” só existe um “TODO” ou “Aquilo”. “EU” sou o “TODO”.

EU SOU O TODO

1
“Eu e o Outro” – na estrada
Não é uma amorosa relação
Assim você tem uma alma separada
É sobre oração e adoração
2
Para os Upanishads não pode ser
Não existe um “EU” -- um “OUTRO” não há
Você é o “TODO”! Você pode ver?
O Todo! Onde quer que você vá
3
Não há relacionar em “EU e o Todo”, na realidade
Se o “EU” cai, o “Todo” aparece
Os Upanishads chamam de “TAT” a suprema verdade
Sat Chid Ananda é a raiz de onde ela cresce
4
Sat é a existência como ela é
Chid é a consciência desta realidade
Ananda o supremo êxtase é
Estas são as três qualidades
5
Quando sat chid anand é realizado
Alcança-se “Aquela” realidade
“Eu existo”, vá profundamente guiado
É a primeira cônscia qualidade
6
Eu existo, eterno – nunca mudando
E você está imediatamente consciente
Também o êxtase vai se moldando
Saia totalmente da sua mente
7
Realize, mova-se para a consciência
Se você consegue, fique alerta, eu sei bem
Você perceberá a sua própria essência
Que você existe em êxtase também
8
Ou seja extático em seu caminhar
A miséria você não deve permitir
Resista cair nela, Eu posso afirmar
Além do céu e do inferno você vai existir
9
Os três caminhos do divino
Os atributos da suprema realidade
Sat Chid Ananda um brilho fino
Eu sou aquela absoluta eternidade

Agora só meditação poderá seguir...

Canções de Goloka
Referência: Osho, That Art Thou…


Como vimos anteriormente, a fase autosexual é naturalmente narcisista é a fase da auto descoberta e do amor pelo corpo e por sua energia. Mas à medida que é criada uma divisão entre o que a criança sente por sua própria natureza e o que os seus pais a condicionam a condenar, por causa de uma moral estabelecida de geração a geração, surge a patologia do narcisismo com suas variantes: caráter narcisismo fálico, caráter narcisista, personalidade borderline e personalidade paranóica. A divisão entre o SER essencial natural e o EGO construído artificial.


O Ser e o Ego
1.
Eu não sou só os meus sentidos, vou além.
Eu não nasci só como um corpo aparente.
Eu não sou só um intelecto também
Nem a mente, nem um ego permanente.
2.
Eu sou para sempre a pura natureza
Sem a mente e a respiração vital
Sem intelecto eu sou a testemunha com certeza
Sou a sempre sábia pura consciência original
3.
Há uma longa viagem do “Eu” que faz,O
“Eu” do ego, do acúmulo, do obter.
Para o “Eu” que é, o segundo “Eu” da paz.
“Quem sou eu?” Este segundo “Eu” do ser?
4.
Aquele que está lá “a priori” é o ser.
Não é aquele que você criou, que você fez.
Você é isto, ele é o seu amanhecer.
Não tem nada a ver com sua tez
5.
A criança nasce com um centro
Sem circunferência, sem periferia.
O fazer vai crescer, cultivar o fora, não o dentro.
O ego seja superior ou inferior é a anomalia
6.
O ego é a identificação com o que foi feito
Se você é um sucesso ou um fracasso, não importa,
É a afirmação “Eu sou isto”, “Eu sou aquilo”, deste jeito.
Se este sentimento cresce, a essência é morta.
7.
O ego é o superficial criado por nós, nosso fazer.
O ser é o que nós somos, puras consciências.
O “Eu” interno só por eliminação vai Ser
Via negativa, “Neti Neti” cortar todas as aparências
8.
O ser é aquele que nunca nasceu
Tudo que nasce não é o ser
Antes de nascer o ser sou “Eu”
Este é o meu atma, o meu conhecer.
9.
Mesmo sem os sentidos, a respiração.
Sem o pensamento o ser está lá presente
O estado de ser original, a realização.
Tudo é em sua pureza e potencialidade permanente
10.
Este centro mais interno é consciente
A natureza verdadeira desta permanência
Não é cônscia sobre algo à sua frente
É um espelho refletindo nada: É a pura consciência.
11.
E isto não é só uma mental projeção
Não é filosofia – amor ao pensamento
É “darshan”, filosia – amor à visão.
Neste realizar o ser tem seu alento.
12.
Pensar é só pensar, não é ver a verdade.
O pensamento precisa cessar para haver clareza
A não ser que você saiba, não aceite a novidade.
Explore até que a dúvida cesse com certeza
13.
Não crie nenhuma falsa crença
Melhor duvidar com sinceridade
Seja autêntico, original e aí vença.
Um momento vem, a dúvida se vai e vem a liberdade.
14.
Aquilo que os Upanishads vêem dizendo:
Sem nenhuma dúvida você agora sabe
A consciência pura você vai compreendendo
Isto é assim, só assim é que cabe.

Canção de Goloka

O auto-erotismo pela masturbação é uma forma de expressão que se caracteriza por se dar prazer, legítima em si mesmo, se a pessoa está conectada com seu SER sendo o corpo o seu templo e aceitando a forma de manifestação da energia natural; não pode ser considerado como um narcisismo patológico. No entanto o hábito de se masturbar após uma certa idade denota uma continuada necessidade de se estar ainda na fase autosexual que foi reprimida. O auto-erotismo na fase autosexual é absolutamente natural e tem seu tempo de maturação se for deixado fluir, mas à medida que há repressão, a energia precisa se expressar; a pessoa continua nesta fase até idade adulta não amadurecendo sexualmente, desenvolvendo patologias, como o narcisismo, a esquizofrenia, etc...

O mesmo ocorre na fase homossexual, por causa da repressão e condenação ela se estende até mesmo por toda a vida, o narcisismo pode se manifestar muito intenso nesta fase que em vez de uma prática auto-erótica, a pessoa substitui por se buscar sua satisfação com o mesmo sexo, ambos os parceiros dando vazão ao seu narcisismo intensificado com a adoração da própria imagem refletida no outro. A pessoa então assume esta personalidade e se engaja em movimentos sociais de defesa do grupo de quem tem a mesma condição, por causa da condenação que se estabeleceu no meio social. A própria sociedade (pais, políticos, padres, pastores, bispos, papas, educadores, legisladores) cria a condição homossexual e depois a condena. Hoje o movimento de pessoas que tem este comportamento é grande em todo mundo e com isso tem conquistado espaços cada vez mais significativos na sociedade doente. Isso é de se esperar.

Nesta nossa análise, o que queremos desenvolver é o aspecto sexual em uma dinâmica de evolução espiritual. O sexo é sem dúvida a raiz disso tudo e como mapeá-lo no sentido de que ele possa ser canalizado naturalmente para a realização espiritual do Samadhi.

A fase heterossexual tem seus próprios condicionamentos. A começar pela instituição do casamento. Os encontros heterossexuais são envolvidos por condicionamentos sociais tremendos. O ato sexual é carregado de crenças absurdas e de busca por resultados de prazer mental (social). Porque o sexo foi reprimido na infância, as relações heterossexuais não podem ser plenas, a não ser que as pessoas sejam maduras. A idéia de casamento é uma fantasia social. Como pode um contrato garantir a plenitude sexual e como consequência a realização do amor e do samadhi?

Mesmo sendo o sexo prevalente, de fato são raras as pessoas que descobriram maneiras de tirar satisfação plena ou um coração amoroso de sua prática. Pesquisas modernas sobre o fenômeno do orgasmo revelaram que uma pessoa ‘normalmente mediana’, sexualmente ativa, tem a experiência do êxtase do orgasmo por vinte segundos em uma semana, noventa segundos em um mês, portanto, dezoito minutos ao ano. E isso é baseado em um orgasmo que dure apenas dez segundos. Até mesmo dez segundos parece ser uma tremenda vitória! Portanto, em cinquenta anos de atividade sexual as pessoas têm o privilégio de terem o êxtase do orgasmo por umas quinze horas no total. Isto tudo é surpreendente (e decepcionante) considerando quantas vezes você ‘transa’ e quanto tempo extra é gasto sonhando e se agonizando em relação ao sexo.

É óbvio que o amor e o sexo não está em um estado satisfatório para a maioria de nós. O sexo não é a força orgástica inocente pura e espiritual que ele deveria ser, transportando-nos para uma dimensão de amor verdadeiro e romance. Ele não nos preenche profundamente, dando-nos a força de encarar cada dia com entusiasmo e não mais nos leva além das pressões ou limitações da nossa vida cotidiana. São muito comuns os problemas sexuais entre homens e mulheres, tal como abusos sexuais, frigidez, ambivalência, ejaculação precoce, impotência e desinteresse sexual. (3)

Não se pode conter a energia sexual; ela é a força da própria vida. Não existem diferentes formas de energia mas uma só. É a maior emoção que nós temos porque ela simplesmente move. Ela se expressa no sexo pois é base de nossa reprodução, de nossa sobrevivência, mas se manifesta nos esportes, nas artes, na ciência, etc. mesmo que tentemos, não podemos reprimir ou ignorar esta energia, podemos apenas aprender a canalizá-la de maneira mais inteligente e madura.

A fase não sexual é a mais madura de todas, quando o indivíduo se volta pra si mesmo sem precisar mais de um parceiro de fora. Mas esta fase tem sido também incompreendida pelas assim chamadas religiões que forçam um celibato, como consequência trazendo muitos tipos de perversão. Na realidade o celibato forçado, ensinado por padres, pudicos, moralistas, bispos, pastores é a causa de quase todas as perversões que presenciamos hoje, inclusive as doenças venéreas e a AIDS, vai aí uma série de considerações e investigações mais profundas. O celibato não natural trouxe o surgimento de aberrações enormes da natureza humana. Haja visto, no mundo ocidental, a larga quantidade de clérigos católicos que se tornam pedófilos, cruéis, pervertidos, em uma escalada sem fim, sendo eles os maiores moralistas a pregar uma vida sem sexo, como se fora uma distração do caminho de Deus. Esta mesma igreja obriga o celibato de seus clérigos, que se transformam em monstros impiedosos.

O que caracteriza o narcisismo é uma supressão versus uma negação dos sentimentos. O outro é um mero objeto de prazer e a pessoa não envolve nenhum sentimento. Perde totalmente a humanidade. Desde a fase autosexual em diante o aspecto narcisista está presente em relacionar o sexo como algo separado do ser, seu corpo ou o corpo do outro são apenas objetos de prazer e não devem provocar nenhum sentimento. Por causa desta patologia observamos todos os tipos de perversão, como: automutilação, fixação homossexual, pornografia, sodomia, sado-masoquismo, prostituição, celibato forçado, pedofilia, estupro, crimes sexuais, vícios sexuais de todos os tipos, etc...
O narcisismo em seus vários graus representa o que eu chamo de ‘sexo mental perverso’ e se encontra em todas as fases do nosso desenvolvimento.

(3) Diana Richardson, Tantric Sex – A Unique Guide to Love and Sexual Fulfillment, New Age Books, ISBN: 81-7822-188-8, ©1999

As Quatro Fases do Desenvolvimento Sexual


O despertar do sexo tem quatro fases. A primeira é o conhecimento das sensações nos genitais. A fase oral ou fase autosexual é vivida na infância, que ainda podemos chamar de fase masturbatória, seguida pela fase homossexual, depois pela heterossexual e ao fim pela fase não sexual. (1)

Autosexual

A primeira fase chamada de autosexual. Quando a criança nasce ela é naturalmente narcisista**. A criança ama seu corpo tremendamente, ela só conhece o seu corpo. A criança chupa seu dedo e com tanta euforia. O primeiro contato com o sexo se dá aí. E a criança brinca com seu próprio corpo, tentando e mesmo conseguindo levar o dedão do pé na boca e o chupando, este é o primeiro círculo de energia criado bem na tenra infância. A luz circula naturalmente na criança e ela curte, se diverte. Porque este círculo, esta luz é o que traz alegria e êxtase. A criança brinca com seus genitais não tendo nem noção que são órgãos sexuais. Ela não foi condicionada ainda; ela sente seu corpo como um todo. E com certeza os genitais são a parte mais sensível do seu corpo, ela adora tocá-los e brincar com eles.

E aqui é que os pais e a sociedade venenosa, por sua vez, com sua moral, entra na psique da criança com um ‘Não toque!’ e o NÃO é a primeira palavra suja que é ensinada à criança. E suas mãos são tiradas dos genitais com negações, criando culpa. E os pais com raiva e seus olhos condenando... e as mãos da criança são tiradas dos genitais que ela estava naturalmente desfrutando.

Nesse momento começa a destruição da natural sexualidade da criança. Nesse momento se inicia o envenenamento da fonte original da alegria da criança, do ser da criança. Nesse momento se inicia a criação da hipocrisia na criança. Ele se tornará um diplomata, um político ou um sacerdote.

Então quando os pais estiverem presentes, a criança não vai mais brincar com seus genitais, então a primeira mentira surgiu, ele não pode mais ser verdadeiro. Ela sabe que se ela for verdadeira com ela mesma, respeitando seus instintos naturais, sua alegria, seu prazer, há um clima negativo dos pais. A criança depende deles e eles são a porta para esta vida, é criado o amor negativo. A criança é amor e aprende algo dos pais que vai contra sua natureza, como se fosse verdade. As crianças são os seres mais abusados do mundo elas não podem se defender, não tem sindicatos, não podem reclamar com as autoridades do governo.

Os pais bloqueiam seus filhos por causa dos seus próprios condicionamentos, eles mesmos foram condicionados por seus pais e ficam então sem ação clara ao verem seu filho ou filha tocando seus genitais sem vergonha alguma. Uma criança pequena não sabe nada sobre vergonha, mas quando há a negação, a energia dela se retrai e ela nunca mais vai poder aceitar sua sexualidade naturalmente, relaxadamente. A repressão entrou e a criança ficou dividida em duas, mais à frente será dividida em muitas partes com outros condicionamentos adicionados. Seu corpo, sua energia já não é mais um todo. Alguma parte do corpo não é aceita e ela está aberta para aprender. Nesta idade tudo é aprendido imediatamente sem nenhuma barreira.

A criança aprende a rejeitar seu corpo, achá-lo feio e sujo. Lá dentro de sua psicologia ela começa a se castrar, a se bloquear. É muito difícil se encontrar uma pessoa neste mundo que não seja bloqueada sexualmente. A estupidez praticada pela humanidade, conduzida pelos políticos, legisladores, padres, clérigos, pastores, bispos, pais e educadores contaminou a energia natural humana com culpa e invalidação. Por isso a hipocrisia é o lugar comum neste mundo. Neste estado autosexual se encontra a maioria das pessoas porque tudo que uma criança aprende até os dois anos é levado por toda a vida como o período mais fundamental. Por isso há tanta masturbação em todo mundo este é o estado natural reprimido, perturbado na infância. Por isso tanta perversão e abusos infantis.

As pessoas não crescem sexualmente muito mais além desta fase. A masturbação não deve ser condenada como fazem as mesmas pessoas que a produziram em primeiro lugar, dizendo que a masturbação deixa a pessoa cega ou que crescem pelos nas mãos, ou que a pessoa fica idiota. A masturbação é algo que a ciência comprovou que não há mal algum. Mas a masturbação indica que a pessoa está ainda na fase infantil de sua sexualidade. Sendo tão reprimida a criança se torna possuída pela força natural da vida, a energia sexual. E então a masturbação se torna um hábito que pode perdurar por toda uma vida.

Para se mover para a próxima, a fase homossexual, torna-se necessário ter havido um crescimento natural na primeira, a fase autosexual, mas muito poucas pessoas se movem para ela. A maioria permanece na primeira, mesmo no ato sexual entre um homem e uma mulher, podem não estar fazendo nada mais do que uma mútua masturbação, esta é a triste realidade.

Sem falarmos nas neuroses e perversões de todos os tipos provenientes da primeira fase sexual reprimida, tal como pedofilias, abusos diversos, autoritarismos (jogos de poder), corrupção, etc... Muito poucas pessoas alcançam os estados orgásticos, que são experiências naturais humanas que iluminam se houver maturidade sexual. Poucas pessoas têm a chance de ter a experiência divina através do ato sexual, que é um fenômeno natural. No ato sexual a experiência do não tempo, da não mente acontece naturalmente. A experiência da meditação surge daí. Mas não acontece porque a grande maioria, senão a quase totalidade, está bloqueada na primeira fase.

O ato sexual é uma grande arte, precisa de sensibilidade e enorme consciência meditação, maturidade.

Homossexual

A segunda fase é a homossexual. Muito poucos se movem para esta fase que é também natural. A criança naturalmente ama seu corpo, a primeira fase é narcisista** e para se mover para o corpo feminino, para o corpo de uma garota será um salto muito grande. Naturalmente em primeiro lugar ele ou ela se move para os do mesmo sexo. O primeiro instinto é amar os do mesmo sexo, por terem o mesmo tipo de corpo e ser mais fácil de se compreenderem.

Esta fase homossexual é natural mas a sociedade ajuda as pessoas a ficarem estagnadas aí também porque criam barreiras entre homens e mulheres, garotas e garotos. Se estas barreiras não estiverem lá, a fase homossexual desaparecerá como veio e o interesse começa a se dirigir para o outro sexo, isso é a natureza. Mas as forças sociais não dão esta chance. Ao mesmo tempo em que separam os meninos das meninas com toda uma carga de negações e medos, com um condicionamento venenoso de geração a geração, eles também condenam a fase homossexual que se estende e se torna como conseqüência pervertida.

O homossexualismo é perpetuado pela sociedade e ao mesmo tempo condenado pela mesma sociedade. Agora, por causa de anos e anos de repressão desde a infância e da fase homossexual natural, ser homossexual se tornou um movimento de libertação da moral conservadora. Homossexualismo pervertido pela sua própria repressão se tornou uma bandeira política conquistando espaços na mesma sociedade reprimida que o criou e que mais e mais é pressionada a reservar direitos para essas pessoas.

Homens e mulheres são tão separados, por tanto tempo, em diferentes espaços e contextos que quando um homem quer amar ele não encontra a mulher e vice-versa, então o que estiver disponível ela se apaixona por uma mulher e ele por um homem. Isso não é satisfatório, mas melhor que nada.

Muitas são as causas que levam ao amor homossexual além desta. Mais complexo para se entender porque a mente humana ficou muito complexa, neurótica e pervertida. O que aqui está sendo abordado são as origens de todos os efeitos negativos não naturais que conduziram a humanidade a um quase beco sem saída nas relações sexuais, base das relações humanas, da paz, da harmonia, da violência e das guerras. O homossexualismo é uma fase que passa por si mesma se for permitida e encorajada sua expressão natural.

Heterossexual

A terceira é a fase heterossexual. Quando o ser humano cresce naturalmente das fases autosexual e homossexual ele é capaz e maduro para amar uma pessoa do outro sexo, que é um mundo (químico, psicológico e espiritual) totalmente diferente. Mas só amadurecido ele pode brincar com este organismo diverso.

As polaridades são opostas, mas quando há a união, quando se aproximam e há momentos que realmente estas energias se sobrepõem, se interpenetram, há então vislumbres de Samadhi. A união sexual se torna espiritual. As polaridades se encontram e se misturam em uma dança cósmica é isto que o Tantra vê, essa possibilidade do deserto se tornar um jardim florido. Mas é muito raro, quase impossível. A vida nos presenteia com possibilidades imensas de florescimento de nossa árvore. Mas nós nos afastamos da vida, em direção à morte, em direção ao ego cego.

Quando se fala na plenitude do orgasmo tântrico parece algo distante e inatingível. Parece ficção, ou poesia, mas isso é absoluta realidade. Porque essa experiência se tornou muito rara quando se fala do Tantra, Samadhi ou Orgasmo Pleno a maioria das pessoas se vê diante de algo do outro mundo, de outra dimensão. De qualquer forma é compreensível, porque a grande maioria 99% ou mais das pessoas foi condicionada negativamente em relação à sua sexualidade e ficou paralisada na primeira ou segunda fase do seu desenvolvimento natural.

Esse fenômeno do orgasmo pleno, da união suprema de um homem e uma mulher só é possível se ambos forem maduros sexualmente, se tiverem ultrapassado as duas primeiras fases. Senão, no ato sexual, os dois lá no fundo ou estão se masturbando ou com fantasias homossexuais. Para haver amor entre um homem e uma mulher ambos têm que estar prontos para amar o sexo oposto, o pólo oposto. Se houver superação do medo do encontro com a polaridade oposta e da eletricidade resultante. Quando as eletricidades da vida se encontram, homem e mulher, Yang e Yin, Shiva e Shakti, quando esta união, esta mistura acontece, eles desaparecem como entidades separadas, como egos. Eles se tornam uma só alma. Esta é a primeira experiência da não-mente, do não ego, do não-tempo e esta é a primeira experiência do Samadhi. (1)

No momento em que esta experiência acontece, então surge o anseio de alcançar o Samadhi como uma experiência natural onde não se depende nem do homem nem da mulher para isso. Porque a dependência é uma escravidão. Somente a partir da experiência do orgasmo heterossexual a pessoa começa a buscar por meios e métodos tipo: Yoga, Tao, Tantra -- para alcançá-los de forma auto-suficiente. E isso é perfeitamente possível porque no fundo cada homem é metade homem e metade mulher e vice-versa.

No momento que se descobre que é possível obter um orgasmo pleno, um samadhi com o sexo oposto é possível se obter dentro também. A polaridade externa só engatilhou o processo é um agente catalisador e agora é o início da meditação. Por essa razão, o Tantra indiano tem duas mãos: esquerda e direita. A mão esquerda se chama Vama Tantra e a mão direita Dakshna Tantra. A primeira é o Tantra com o parceiro a polaridade externa e a segunda é o Tantra sem parceiro.

Não-Sexual

A quarta fase é a não sexual que em sânscrito é conhecida como Brahmacharya que é o celibato natural, de jeito nenhum o celibato forçado dos monges e padres. Esse celibato dos padres é perverso, não é o verdadeiro evoluir da sexualidade. O Brahmacharya é o celibato natural dos Budas. O sexo simplesmente abandona a pessoa não há mais necessidade do outro sexo do lado de fora. O homem interior e a mulher interior se uniram, este é o verdadeiro casamento e é interior. Estar no estado orgástico é o natural. Um Buda vive em um contínuo orgasmo, ele respira orgasmo.

(1) Referência: OSHO, Philosophia Perennis, Vol 1; Talks on Pythagoras; Chapter #15; Chapter title: The festive dimension

Remapeando o Sexo


Quem não gosta de sexo? É a energia da vida, portanto, envolta por uma fascinação contínua, senão obsessão. Sexo é sempre assunto de conversas. Os psicólogos dizem que os homens pensam em sexo a cada 3 segundos e as mulheres a cada 6 segundos. Aí temos um problema, a diferença é grande, isso cria os conflitos, as brigas entre homens e mulheres. Elas acham que os homens são obcecados por sexo porque eles pensam em sexo duas vezes mais que elas.

As piadas não são fenômenos simples de se compreender, elas são misteriosas, como elas são engraçadas? Uma piada é como um orgasmo sexual e não é acidental. Porque uma grande parte das piadas é sobre sexo? As piadas são basicamente sexuais pela simples razão de que elas produzem um ganho de energia, uma curiosidade sobre o que vai acontecer, porque uma piada só existe se houver algo inesperado e quando algo repentino acontece, algo absurdo mesmo, algo que logicamente é inconcebível.
A piada é tão repentina que faz parar de pensar por um instante. A piada vai a uma direção e de repente muda e nesta mudança acontece uma experiência como um orgasmo sexual. Uma certa energia vai crescendo, uma certa tensão vai subindo e subindo e de repente vem um relaxamento repentino, uma liberação instantânea, tão de repente que a mente desaparece, por um momento a mente pára.

Você sabe imediatamente quando o sexo é o foco de uma conversa, as pessoas ficam mais próximas umas das outras, há uma intensidade e o ar fica diferente. Mas quando as pessoas têm vergonha de falar sobre sexo e sua natureza animal, pode-se perceber o sentimento de separação, um clima de isolamento e tensão. Não importa se o sexo é ignorado, reprimido ou expressado e desfrutado, sexo é o aspecto mais significativo de nossas vidas, porque é a energia da vida como a conhecemos.

O sexo está sempre na mente conforme mencionado antes e investigado por psicólogos, sexo é o tema central de nossos pensamentos e desejos. Porque é parte de nossas células, de nossa química, de nossa biologia, porque cada um de nós foi criado pelo ato sexual, união de células masculinas e femininas.

O centro sexual não está realmente nos genitais mas no cérebro. A parte externa dele está nos genitais mas a interna está no cérebro. No momento que o centro sexual no cérebro, que é a parte interna dele é engatilhado, os genitais são ativados, mas primeiro precisa ser ligado no cérebro. Por isso você pode ter belos sonhos sexuais e mesmo orgasmos em seus sonhos. Por isso que você pode ativar sua libido na Internet e existe sexo virtual – apenas na mente. Por isso que a pornografia é possível, os genitais não podem entender. é o cérebro, a mente! Os cientistas encontraram o ponto no cérebro onde se pode colocar um eletrodo e você pode ter quantos orgasmos quiser.

Por causa disso as mulheres vão às compras e se excitam, elas vêem um homem em um carro bonito, ele é rico, toda a fantasia vem à tona. Por isso as novelas e os filmes encantam, elas trazem o romance, o sonho do amor. Os psicólogos behavioristas vão criar um controle remoto que vai ativar o ponto do cérebro que produz orgasmo e você vai poder com um simples apertar do botão gozar quando e quanto quiser. É como os vibradores tecnológicos, que ativam os genitais femininos. Os behavioristas testaram com ratos e perceberam uma coisa que os ratos deixaram de comer e beber que queriam só ter a sensação do gozo, sem parar, até que morreram. Um rato apertou o botão sessenta mil vezes repetindo o prazer e morreu.

Nossa biologia nos impõe isso, e a biologia é inconsciente. Nossa sexualidade é expressa desde a mais tenra idade e determina os vários estágios do nosso desenvolvimento como seres humanos.